Apesar de ter apoiado Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno e continuar apoiando-a nesta segunda fase das eleições, Geddel Vieira Lima não transfere seus votos para a candidata petista, segundo análise do resultado das urnas divulgada pelo jornal A Tarde. A maioria dos votos conquistados pelo peemedebista teria se dividido entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). O motivo que explica esse quadro seria a declaração de Dilma, em visita à Bahia em setembro, de que sua torcida era exclusiva do governador reeleito, Jaques Wagner (PT). O clima tornou-se hostil em relação a Dilma dentro do PMDB desde então. O partido tornou-se ferramenta importante neste segundo turno e a grande questão é se na Bahia o ressentimento dos peemedebistas poderá ser deixado de lado a fim de que eles se empenhem na campanha dela.

SERRA, EM CARREATA PELAS RUAS DE CONQUISTA

“Entusiasmante a manifestação de apoio da população de Vitória da Conquista a José Serra”. Assim descreveu o presidente estadual do Democratas, Paulo Souto, a receptividade que teve o candidato tucano na visita à cidade do Sudoeste baiano, nesta sexta-feira. Mais votado no município, no primeiro turno da disputa pela Presidência da República, Serra escolheu Vitória da Conquista como a primeira cidade do Nordeste a visitar na campanha do segundo turno. A escolha não poderia ter sido mais feliz. A cidade parou para saudar e manifestar apoio ao tucano. Durante a carreata do aeroporto ao centro da cidade, por onde passava Serra era ovacionado pelos populares. A chegada na Praça Barão do Rio Branco foi apoteótica. Completamente lotado, era uníssono o nome de Serra sendo gritado pelos presentes. A manifestação popular emocionou o candidato.

DILMA – 48%                                                  SERRA – 41%

A primeira pesquisa de intenções de voto realizada durante o segundo turno da campanha presidencial mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, com vantagem de sete pontos porcentuais sobre o seu adversário na disputa, José Serra (PSDB). O mais recente levantamento realizado pelo Datafolha, a ser divulgado amanhã pelo jornal “Folha de S. Paulo”, mostra a petista com 48% das intenções de voto, enquanto o tucano figura com 41%. A última mostra do instituto, divulgada no dia 2, apontava Dilma com 52% e Serra com 40% em um cenário de segundo turno. A pesquisa foi encomendada pela Rede Globo e pela Folha de S. Paulo. O porcentual de votos brancos e nulos somou 4% e o dos eleitores que não sabem ou não responderam em quem vão votar ficou em 7%. A pesquisa Datafolha foi realizada no dia 8 de outubro e ouviu 3.265 eleitores em 201 cidades. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo número 35.114/2010. (Estadão)

Em meio à turbulência encontrada no país sobre religião e aborto, os candidatos nesta eleição tiveram que responder várias vezes as mesmas perguntas e também trair seus conceitos íntimos do que é “a verdade”. Porém nesse enorme jogo de perguntas e respostas, alguns se atrapalham e acabam se contradizendo, desmentindo propostas e até perdendo eleitores? Dilma Rousseff (PT) acredita que essa insistência nos assuntos seja proposital para confundir os postulantes. Ela falou em entrevista ao A Tarde que “tão importante quanto a liberdade de opinião e de imprensa, é a liberdade de crença e religião” “e que todas as afirmações sobre o aborto são a favor da vida”. O curioso, é que há três anos em entrevista a revista Veja, a ex-ministra disse que deveria haver sim a descriminalização do aborto. “Acho um absurdo que não haja”. Já em 2010, em pleno período eleitoral e também em entrevista ao mesmo veículo, a presidenciável mudou de ideia e diz ser contra. “Não acredito que haja uma mulher que não considere o aborto uma violência”. Por mais confusão que um eleitor possa fazer, ele jamais irá mudar os ideais de cada governante. Ou será que uma equipe bem preparada faz com que um candidato mude de opinião tão rápido sobre o mesmo assunto? O que parece é que a campanha Lulinha Paz e Amor voltou com mais força em 2010, só que agora é Dilminha Paz e Amor, a favor da vida e claro contra o aborto. BN (Maiana Marques)

Serra em carreata pelas ruas de Vitória da Conquista (Foto: Sudoeste Hoje)

VITÓRIA DA CONQUISTA: O candidato José Serra (PSDB) visitou a cidade de Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, na tarde desta sexta-feira. Acompanhado de toda a cúpula democrata e dos deputados tucanos Antônio Imbassay e Juthay Jr., Serra foi recebido por uma multidão no aeroporto, seguindo em carreata  até o centro da cidade, onde realizou uma caminhada, um encontro com lideranças locais e regionais e uma coletiva com a imprensa.

De acordo com a coordenação de campanha tucana,  a visita do presidenciável ao município foi  para agradecer o triunfo no primeiro turno, sobre a candidata Dilma Rousseff (PT). Vitória da Conquista foi o único município baiano em que Serra obteve vitória sobre a candidata petista.

Davi Ferraz

Considerado o maior portal de internet da presidenciável Dilma Rousseff, nessa eleição, o “Blog da Dilma”, idealizado por militantes do PT, postou na véspera da eleição uma matéria com caráter ofensivo à candidata Marina Silva. Após tomarem conhecimento de que a verde obteve 20 milhões de voto e passou a ser alvo de cobiça dos adversários, os moderadores do site retiraram de imediato a nota do ar. Eles escreveram na página que a candidatura da “Marina Traidora” era uma vingança contra Lula e sua pupila. Também postaram que a terceira colocada no pleito não tem “conhecimento e caráter” para governar o Brasil. Informações da Folha

Poliana gastou R$20 reais com passagens para pagar contas em Itapetinga

ITAPETINGA: O Distrito de Palmares, com população em torno de 500 habitantes, fica a cerca de 60 km da séde do município. Longe e de difícil acesso, convive com inúmeros problemas, dentre eles a falta de um agente credenciado para recebimento de contas de energia, água, telefone e boletos bancários.

A única opção dos seus moradores é efetuar os pagamentos em Itapetinga, gerando atrasos constantes, cortes e multas. A moradora Poliana Silva, que enfrentou uma fila enorme em um posto de pagamento em Itapetinga, mostrou-se indignada com a situação e desabafou: ” A gente tem que vir todo final de mês para Itapetinga, só para pagar contas. A passagem de ida e volta custa R$20 reais, fora as despesas com lanches. É preciso que as autoridades olhem para isto e nos tire do isolamento”, reclamou Poliana. 

Agora que as eleições se foram, diminuem as esperanças de que haja alguma solução para este e outros problemas que atingem o isolado distrito de Palmares.

Davi Ferraz

Geddel é Dilma, desde ‘criancinha’

O deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB), que atribuiu a sua derrota  à interferência de Lula e Dilma, decidiu  atender ao apelo do partido e anunciou que ficará com a petista no segundo turno. Ele se reuniu nesta quarta-feira (6) com Michel Temer, presidente nacional do PMDB e vice na chapa de Dilma, e a própria postulante, para chegar ao entendimento. “Na verdade, permaneço onde estava. Sou um homem de partido e Temer é meu amigo fraterno de mais de 20 anos. Havia uma mágoa, mas conversamos e tudo está resolvido. Até porque, é aquilo que falo sempre: quero deixar um legado de lealdade aos meus amigos e meus filhos”, declarou Geddel. Resta saber se as bases peemedebistas no Estado acompanharão a decisão do líder.

Paulo Souto venceu em Itapetinga,  suposto ‘reduto’ petista

Apurados os votos de todo o estado, o balanço pró-governador Jaques Wagner (PT) é mais positivo do que se esperava. O petista ganhou em 397 dos 417 municípios, Geddel Vieira Lima (PMDB) em 13 e Paulo Souto (DEM) em somente sete. Os 13 de Geddel foram Alcobaça, Almadina, Cairu, Coronel João Sá, Cristópolis, Gentio do Ouro, Ipupiara, Luiu, Jacaraci, Malhada, Nova Viçosa, Paramirim e Ubaitaba. Os sete de Souto: Antas (onde nasceu Marcelo Nilo (PDT), presidente da AL), Buritirama, Cabeceiras do Paraguaçu, Itapetinga, Ponto Novo, Santa Luzia e Santa Luz. Já Dilma venceu em 415, mas não teve os dois milhões de votos de frente esperados pelo PT. Ficou em 1.691.371. Ela perdeu em Tancredo Neves e surpreendentemente em Vitória da Conquista, tradicional reduto petista, em ambos para Serra. Informações do A Tarde.

Comemoração dos petistas (foto Tiago Borttino)

ITAPETINGA: Depois da esmagadora vitória nas eleições de 2008, o prefeito de Itapetinga, José Carlos Moura, passou pelo seu primeiro teste eleitoral, sendo reprovado, com todos os ‘méritos’.

Assim como a derrota da deputada Virginia Hagge, o fraco desempenho dos candidatos apoiados pelo prefeito prefeito Zé Carlos  também foi anunciado, com muita antecedência, pelo Sudoeste Hoje, que antecipou, inclusive,  a votação de Rosemberg Pinto, que  ficaria entre 6 a 7 mil votos (ver Perfil do Candidato).. Rosemberg foi eleito com expressiva votação, mas só obteve 6.343 votos em Itapetinga, depois de um tremendo esforço político e o uso escandaloso da máquina administrativa do município.

Sem contar com tais recursos, a deputada Virginia Hagge obteve 5.977 votos, numa desvantagem de apenas 366 votos em relação ao candidato oficial, que contou ainda com toda a propaganda do “imbatível”  time de Lula e Wagner. Para piorar, Paulo Souto ganhou de Wagner,  e Serra junto com Marina ganharam de Dilma.

O grupo do prefeito comemorou a xoxa ‘vitória’ com os exageros e ofensas de sempre, sem conseguir disfarçar aquele velho ‘sorriso amarelo’ de quem acabara de sair de um verdadeiro sufoco, com um gol de pênalte duvidoso, aos 49 minutos do segundo tempo.

O velho grito de ‘morreu gabiraba’ voltou a ecoar através dos ‘come feiras’ oficiais, que comemoraram, na verdade, a manutenção dos seus empregos e privilégios, que ficaram ameaçados em caso de uma derrota, por qualquer placar, para o grupo michelista.

Quando a ficha do prefeito Zé Carlos vier a cair, ele perceberá que foi o maior derrotado nestas eleições, e que só ganhou sobrevida política, até a derrota definitiva, que está por vir. Com isto ele pode contar.

Davi Ferraz  – Editor

ITAPETINGA: O corpo do adolescente Maicon Santos Alves, 14 anos, que estava desaparecido desde à tarde do último sábado (2), foi encontrado, no final da manhã desta segunda-feira (4), no Rio Catolé em Itapetinga. Segundo o blog Itapetinga Agora, foi notado uma lesão na cabeça o que supõem homicídio. O rapaz já havia sido apreendido no último mês de abril, acusado por tráfico de drogas. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal em Vitória da Conquista. As informações são do Itapetinga Agora.

O sociólogo sul baiano Rosemberg Pinto(PT) é um dos 63 novos deputados estaduais baianos eleitos nas eleições de domingo.Ele obteve 70.122 votos sendo o nono deputado estadual mais votado da Bahia.

Nascido em Itororó, município situado na região Sul do Estado, a 531 km de Salvador, Rosemberg Pinto de 54 anos, chega a seu primeiro mandato como deputado estadual. Ele já havia sido candidato em 2002, “para contribuir no projeto de eleição do primeiro mandato do Presidente Lula”.

Em 2006, Rosemberg foi um dos coordenadores da vitoriosa campanha do governador Jaques Wagner, com quem mantém uma sólida amizade há mais de 30 anos. “Ele foi um ativo colaborador da campanha que ajudou a quebrar 16 anos de continuísmo do Carlismo no estado”, afirma José Sergio Gabrieli, presidente da Petrobras.

Rosemberg é funcionário de carreira da Petrobras. Já ocupou o cargo de gerente de Comunicação da Petrobras Nordeste quando iniciou o processo e interiorização promocional da empresa, sendo um dos responsáveis pela democratização dos investimentos em ações sociais, de cultura e de meio ambiente, priorizando o resgate da cultura e da identidade popular.

Atualmente Rosemberg Pinto é assessor licenciado da presidência da Petrobras. Tem como um dos objetivos do mandato trabalhar pela melhoria dos índices educacionais da Bahia. Uma das preocupações do deputado eleito é descentralizar os investimentos do estado para o interior alterando a matriz econômica hoje na capital do estado.

“Não serei um deputado que atuará como mero despachante de prefeitos. Vou trabalhar por projetos para a Bahia”, garantiu. Um dos projetos de Rosemberg é trabalhar junto com o governador Jaques Wagner para a implantação de uma Universidade Federal no Sul da Bahia.

Assessoria de Imprensa

Bancários de Itapetinga fazem ‘piquete’ em frente ao Bradesco

Os bancários baianos decidiram, em assembléia na noite desta segunda-feira (4), seguir a tendência nacional e manter a greve que já dura cinco dias. Os trabalhadores reivindicam 11% de reajuste salarial, valorização dos pisos salariais, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e melhores condições de trabalho. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que inicialmente ofereceu reajuste de 4,29%, já sinalizou, através de carta, aceitar a discussão sobre valores maiores. “O que não podemos é aceitar um índice exagerado como o pleiteado pelos sindicatos, que nos últimos anos têm recorrido à tática de interromper o diálogo, sem tentar uma aproximação de números na mesa de negociações”, respondeu a entidade em comunicado oficial. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Euclides Fagundes, o movimento não aceita a proposta da Fenaban. Informações do A Tarde

O terceiro lugar de Geddel Vieira Lima na sucessão estadual foi amargo, mas lhe rendeu pouco mais de um milhão de votos, um patrimônio que passou a ser cobiçado por José Serra, que para ele ligou na madrugada de domingo para segunda, e, no fim da tarde de ontem, foi chamado a Brasília. O presidente Lula quer conversar com ele. Deveria ser a candidata Dilma a quem caberia o convite, mas ela meteu os pés pelas mãos, no que Geddel considerou uma traição inesperada, e comunicou, via imprensa, que não subiria no seu palanque, nem Lula, mas sim exclusivamente no de Wagner. Poderia ter rompido o acordo do palanque duplo de forma elevada, conversando e expondo os seus motivos ao candidato. Entendia, porém, que estava eleita em primeiro turno, e alegou a vantagem de Wagner na sucessão baiana. Geddel viajou e disse que conversará com o presidente absolutamente calmo e tranquilo. Se terá, ainda, espaço de diálogo com Dilma, não se sabe. O político baiano é do PMDB e integra o grupo que forma com Michel Temer. O PMDB, vale lembrar, está coligado com o PT, embora para a legenda não signifique muita coisa porque o partido é tradicionalmente dividido. Apesar de muito calmo, Geddel lembra da forma como foi traído e diz que não pretende retaliar. Enfim, um dia atrás do outro. E como o mundo dá voltas… BN (Samuel Celestino)