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Nestas eleições, houve empate técnico na disputa pela medalha de prata, entre os candidatos Adriano Alcântara e Alécio Chaves. Será preciso debruçar sobre os números finais, e algumas analises políticas, para estabelecer quem de fato poderá ostentar posto de ‘líder da oposição’.

Alécio recebeu forte apoio dos evangélicos locais e complementou sua votação com o apoio dos tradicionais votos de esquerda. Soma-se ao cesto de votos do vice-prefeito, o apoio de expressiva parte do professorado e do funcionalismo publico municipal. Alcançar 20% dos votos válidos é um feito extraordinário, se levarmos em conta a falta de recursos para a campanha, motivado pelo descumprimento da palavra de alguns políticos, que prometeram ajudar na campanha e não o fizeram.

Adriano teve a sua candidatura alavancada por segmentos da sociedade que queriam iniciar sua participação política, lançando um nome da “não” política. Neste contexto, fazendeiros, comerciantes e profissionais liberais, apresentaram Adriano, – respaldado por excelente administração no sindicato rural, como o ‘candidato ideal’ para suceder Zé Carlos, já que, sua “não” participação política seria um ativo importante. Conquistar 20% dos votos válidos foi também um desempenho respeitável.

Entretanto, uma questão que precisa de uma explicação definitiva, foi a polêmica renúncia de Tiquinho, bem na véspera do pleito. Boatos, especulações, maledicências e justificativas, inundaram as redes sociais sobre o real motivo da desistência de Tiquinho. Alguns indícios sinalizam que após Tiquinho renunciar, Zé Carlos teria recomendado aos seus correligionários que apoiassem  Adriano, o que teria se consumado nas urnas.

Apesar das pesquisas oficiosas apontarem para um favoritismo de Tiquinho nos dois distritos, inclusive sobre Rodrigo, na secção 73, em Palmares, Alécio teve 2 votos e Adriano 40. Na secção 77, também de Palmares, Alécio 11 e Adriano 64 votos. Para cada 1 voto de Alécio, 5,8 de Adriano. Como isto seria possível se prepostos de Zé Carlos não direcionassem os votos para Adriano?

Em Bandeira do Colônia, mais alguns exemplos: secção 75, Alécio 13 votos e Adriano 64, relação 1 para 4,9 votos. Secção 73, Alécio 19 e Adriano 65, para cada 1 voto de Alécio, 3,4 para Adriano. Apesar da orientação do prefeito tenha sido descarregar os votos em Adriano, não se pode afirmar que todos os votos sob sua influência migraram para o tucano.

Com o apoio de Zé Carlos para Adriano, ficou difícil mensurar o atual capital político do prefeito em exercício. Dos 20% que Adriano colheu das urnas, quantos por cento podem ser creditados ao apoio de Zé Carlos?

É bom que se diga, em alto e bom som, que não tem nada de ilegal no apoio de Zé Carlos para Adriano, mas é um fato político eleitoral importante, que precisa ser analisado e levado em conta. Se Tiquinho tivesse mantido sua candidatura, é crível acreditar que teria tido um desempenho decente, como já apontavam as pesquisas.

Por José Elias Ribeiro

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