jose eliasQuem tem um pouco mais de idade, já assistiu, 20 anos atrás, um momento parecido com este que vivemos. Naquela época, o Brasil vivia a efervescência do impeachment de Collor. Um esquema de corrupção, de tráfico de influência, loteamento de cargos públicos e cobrança de propinas dentro do governo, foram articulados por PC Farias (arrecadador de campanha de Collor) e denunciado pelo próprio irmão do presidente na revista Veja.

Agora, estamos passando por nossa segunda experiência, com o processo de impeachment sendo aceito pela comissão especial pelo placar 38 x 27 votos, ou seja, 59 % favoráveis ao prosseguimento do relatório para apreciação do plenário da Câmara dos Deputados.

As acusações sobre desrespeito à Lei Orçamentária e a Lei de Improbidade Administrativa, por  parte  da presidente Dilma, são os fundamentos jurídicos para provocar um julgamento político.

Defensores do governo acusam, aos defensores do impeachment, de praticarem um “golpe” contra o mandato da Presidente Dilma. Que golpe? Não é golpe, se tem um rito, se tem um modo de proceder que já foi usado antes para depor um  Presidente, também eleito pelo povo.

O   julgamento é político, com os deputados votando pela admissibilidade ou não, do prosseguimento do parecer da comissão especial para o Senado, onde de fato será feito o julgamento.

Mobilizações, discursos inflamados contra ou a favor do impeachment, judicialização de quem se sentir prejudicado, fazem parte do “teatro”.

Por José Elias Ribeiro

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