Por Gilson de Jesus

No exercício do sexto mandato de vereador, amigos começam a cobrar que eu escreva sobre esta experiência, e o que rendeu de positivo para mim e para a comunidade que me elegeu. Por exemplo, indagam se já houve neste tempo algo tão consistente quanto à solidez política do grupo que elegeu a mesa da Câmara recentemente, que é a mesma formação que votou em Marcos Gabrielli e surpreendeu a todos na época.
Começo dizendo que um dos grandes momentos políticos foi à elaboração da Lei Orgânica, de conteúdo democrático, elaborada depois de ouvir vários segmentos da sociedade, permitindo oferecer ao município uma Constituição democrática e progressista para o período e às condições do seu tempo.
Penso que o recente fato que conduziu João de Deus à presidência, com seus dignos colegas de mesa se deve a uma maturidade política existente na Câmara, mesclada em sua composição por vereadores jovens de primeiro mandato e outros experientes com mais mandatos: o velho e o novo formam a receita certa para atender o clamor das urnas em 2008, qual seja, o desejo de mudança de comportamento nas ações políticas na Câmara Municipal.

Mudanças de comportamento que refletem na imagem positiva da Câmara e não permiti desde a posse em janeiro de 2009 a interferência do poder Executivo e tampouco de caciques da tradicional política. Tudo devido à tomada de consciência dos edis, sendo ano após anos responsabilizados pelas conseqüências das negociatas intragáveis na eleição das mesas e na condução das matérias.
Tal mudança assimilada pelos oito vereadores custa caro, como resistir às ameaças e propostas antes irrecusáveis com base naquela máxima “cada homem tem seu preço”. Enfim se tal mudança tivesse acontecido também dentro do Executivo municipal, que foi o beneficiado direto nas urnas, nossa cidade estaria em completa lua de mel.
 Imagine se os elogios dirigidos aos vereadores por parte da comunidade reconhecendo atitudes dignas fossem também destinados ao executivo e equipe. Estaria, portanto consumado a palavra MUDANÇA no sentido duplo e até completo, quanto ao que se espera do poder.
Enquanto se afirma que por trás de um grande homem, existe sempre uma grande mulher. É imprescindível afirmar a importância dos partidos. Quero assegurar que devo a meu partido a vigilância e o auxílio nos seis mandatos e desta forma evitei graves erros políticos que manchasse minha biografia com escândalos. A orientação política e formação de caráter herdada dos meus queridos e exemplares pais foram fundamentais.
Cabem as lideranças que pressionaram vereadores para que desse outro resultado, reflexão. A câmara não é lugar de subalternos e reprodutores de idéias do Executivo, e sim de fiscais do povo.
Agora há outro desafio ainda maior: Fazer a Câmara acumular vitórias com sua prática política, oferecendo ao poder executivo uma grande contribuição: eficiências na aplicação dos recursos transferidos à comunidade e diminuição de comentários negativos reproduzidos no nosso cotidiano (que nem sempre incomoda quem está no poder).
No tocante à gestão, João e seus pares, devem trilhar o caminho da transparência, divulgando orçamento e gastos e não pensar que os elogios de hoje são duradouros, sem a eficiência do dia a dia.
 O desafio é tão grande que há setores da comunidade que acham que o grupo dos oito vereadores pode interferir no processo sucessório de 2012. Aí é que está o recado de que nossa política está em fase de novos tempos, tentando superar com mudanças imposta por uma nova realidade que precisa de novos intérpretes deste tempo.
*Gílson de Jesus é vereador e Servidor Público.

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