Azaléia pode estar a caminho das Índias

 

ITAPETINGA: Um colaborador do Sudoeste Hoje, que pediu para não ser identificado, esteve conversando por telefone com o com o ex-gerente da Vulcabrás/Azaléia, Sr. Lauro Saldanha, obtendo algumas informações sobre o destino da empresa, principalmente sobre a atual onda de demissões, além de uma possível transferência de parte da unidade sediada em Itapetinga, para uma nova fábrica que deverá ser aberta na India. Embora a conversa do nosso interlocutor com o Sr. Lauro Saldanha tenha sido bem esclarecedora, algumas coisas chegam à assustar. Vejam um resumo do que foi conversado:

1. A Vulcabrás / Azaléia, no seu projeto de expansão global, realmente vai abrir uma filial na Índia (perto de Nova Delhi). Saldanha deverá assumir essa fábrica, levando daqui, inclusive, parte das máquinas utilizadas na produção. Com isto, parte da produção da Bahia passará para a fábrica indiana, demitindo aqui, de quatro a cinco mil trabalhadores. O salário na Índia é 85 dólares, enquanto aqui este custo chega a quase 10 vezes mais;

2. O governo cearense teria oferecido á Vulcabrás/Azaléia uma isenção fiscal por 50 anos. A direção da empresa teria procurado Jaques Wagner para tratar deste assunto, mas até agora não obteve resposta do governo da Bahia ;

3. A empresa alega que o índice de faltas de colaboradores (operários) na fábrica em Itapetinga gira em torno de 20% do efetivo/mês, o que causa um grande prejuizo à indústria. Só para comparar, em Sergipe esse índice não chega a 2%;

4. Que a direção da fábrica  não sente confiança no prefeito José Carlos Moura, que, segundo Saldanha, não se mostra disposto a ajudar a empresa na questão das isenções estaduais e municipais, só procurando a empresa quando precisa de patrocínio;

5. Lauro finalizou afirmando que, pelo planejamento macro da Vulcabrás, a planta de Itapetinga não será desativada, pois é a que mais dá lucro. Mas, a depender do apoio nao encontrado aqui e encontrado em outro lugar, eles podem “migrar” a unidade fabril, já que tudo é composto de galvanites e divisórias (sem paredes e concreto).

Assim,  é necessário que os nossos políticos e autoridades abram bem os olhos e arregassem as mangas, pois como dizem os economistas modernos, “o capital não tem pátria”.

Por DAVI FERRAZ

Foto: Sudoeste Hoje

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