Perdoem-me vocês, parcos leitores, pelo tom professoral e, até pela arrogância de meu espólio intelectual, que não passa de meia-dúzias de palavras sacadas, hora de algumas bocas sábias, hora de algum dicionário, esse cão fiel e precioso que tenho em minha estante, tão essencial como a vida, pelo ao menos para mim, que me acho poeta: o chamado “pais dos burros” que consulto sempre que preciso e que, honestamente me incluo e sou um distinto emérito da classe. Cometendo meus pecados gramaticais em meus dramas pretenciosos no que me debruço para escrevê-los, aqui nesta coluna e, lamentando o fato de não poder ter tempo para respirar mais a fundo, a última flor do Lácio, inculta e bela, como designou o poeta parnasiano Olavo Bilac, em sua ode à Língua Portuguesa.  E também com o pesar de meus sentimentos às vezes contrariarem a sintaxe e minha dor de querer ser o que gostaria, por não conseguir, cometer perjúrio ao assentar palavras que invariavelmente subvertem a ordem das coisas e de seus significados.

O que é um IDEOGRAMA?

“(Ideograma (do grego ιδεω – idéia + γράμμα – caracter, letra) é um símbolo gráfico utilizado para representar uma palavra ou conceitoabstrato. Os sistemas de escrita ideográficos originaram-se na antiguidade, antes dos alfabetos.)”. Wikipédia

Até hoje, a compreensão que tenho de um ideograma, está ligada ao alfabeto chinês, onde em cada um daqueles caracteres expressam mais que um objeto ou uma frase, mas uma ideia. Pra encurtar a conversa, a foto postada acima é um IDEOGRAMA VISUAL, ou melhor, uma ideia do que os políticos são capazes de construir e se vangloriar através da propaganda de seus dotes cristãos, mantenedores desses “IDEOPROGRAMS” sociais que não conseguimos enxergar. São centenas de IDEOGRAMAS VISUAIS como estes em Itororó. Habitados pelos homens e mulheres de instintos sagrados e luminosos, porém invisíveis, que contrastam e enviesam o nosso dia a dia, numa trama tão perversa, que as elites do poder com suas políticas públicas, leiam-se “particulares”, não procuram atender, por causa de seus agentes eleitos, os tais atravessadores do tesouro, os agiotas do templo, os intermediários da selvageria pública que elegemos para serem os salvadores da pátria e, logo que assumem os postos de prefeitos de cidades como Itororó, eles se transformam nos exterminadores do futuro. Que futuro terá uma família que mora num lugar como esse?

Na periferia de Itororó, os governos eleitos colecionam estes “IDEOGRAMAS” com o maior cuidado. Tombam essas relíquias como patrimônio público da cidade e, a cada quatro anos, num entra e sai de governo, numa espiral de vaidades, sexo e poder (Tripé que constitui os motivos de sua democrática e demoníaca existência), numa espécie de rodízio do mal, que eles, os políticos lacaios do famigerado sistema competitivo, (nada cooperativo), tomam logo providências de preservar e ampliar esse legado, mantendo assim uma nobre tradição que não devemos tentar acabar. Segundo eles, devemos entender a miséria como uma dádiva divina (é isso que a maioria pensa) e pensam mais: Eles pensam que são os únicos portadores dessa verdade divinal.  As mil palavras de um prefeito em campanha não valem a um grão dessa imagem. Este é o nosso ideograma de vida, de uma miséria, dourada pelas promessas dos políticos ávidos de poder, astúcia e malignidade, encomendados para destruir sociedades inteiras, face, a mais absoluta e invisível condição em que vive o povo, nosso irmão.

O GOVERNO FRANCISCANO E SOLIDÁRIO DE ADROALDO E DO PT EM ITORORÓ PRODUZ MISÉRIA PARA MUITOS E AMPLIA E ASSEGURA A PROSPERIDADE DE RICOS, EMPRESÁRIOS E FAZENDEIROS. Aqui, o mal sempre venceu o bem e, nesse exato instante a alma cristã e esplendorosa de São Francisco de Assis se contorce de agonia quando, do alto de sua bondade um “IDEOGRAMA” desse é inaugurado em cidades como Itororó. Esse é o nosso sistema de escrita que vai durar até não sei quando.

Por MILTON MARINHO

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