O vendedor Atercino Ferreira de Lima Filho, 51 anos, saiu da prisão depois de 1 ano nesta sexta-feira (2). Ele ficou preso acusado de abusar sexualmente dos filhos que tinham então 6 e 8 anos, mas foi absolvido por unanimidade pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Foram 15 anos tentando provar a inocência e o vendedor estava na prisão desde abril de 2017.

A absolvição teve como base os depoimentos dos próprios filhos do vendedor, que afirmaram em juízo que foram obrigados a mentir quando era mais novos para prejudicar o pai, separado da mãe.

Segundo o advogado do vendedor, Paulo Sérgio Coelho, os filhos ficaram quase 1 ano sem visitar o pai. “Os filhos de Atercino ficaram 11 meses sem poder sequer visitar o pai aqui na Penitenciária em Guarulhos. Como até então eles eram vítimas de um processo de abuso sexual, não podiam ter contato com o preso”, diz.

Agora, os advogados do vendedor pretendem ir à Justiça contra a mãe, que foi quem começou a denúncia contra o ex-marido. CONTINUE LENDO >>>

Separação
Atercino se separou da mulher em 2002. Os filhos Andrey e Aline na ocasião ficaram com a mãe, que foi viver com uma amiga. Os irmãos relataram maus tratos e fugiram de casa, passando depois por casas de assistência  e orfanatos. Depois, se reaproximaram do pai e começaram a batalha junto com ele para provar a inocência.

Em 2012, Andrey registrou em cartório uma declaração dizendo que nunca sofreu abusos do pai. Por 14 anos, Atercino respondeu pelo caso. Em 2005, foi condenado em primeira instância pelo crime, mas recorreu em liberdade. Em 2017, o caso foi considerado transitado em julgado. Sem recursos, Atercino foi preso em abril para iniciar a cumprir a pena.

A família dele foi ajudada pelo Innocence Project, que surgiu nos EUA para ajudar pessoas injustamente presas. “Uma psicóloga forense atestou, depois de conversar longamente tanto com o Andrey quanto com a Aline, que eles não tinham nenhuma sequela de violência paterna por condutas de abuso sexual. (Atestou) que, ao contrário, eles foram crianças que cresceram em meio aos maus-tratos infringidos pela mãe e pela companheira da mãe”, diz Dora Cavalcanti, diretora do projeto, que afirma ainda que os laudos feitos em 2003, na época da denúncia, não encontraram sinal de violência sexual. //Correio

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