Marina EXIGENCIAS

Derrotada nas urnas, Marina Silva elaborou, ao lado de seu grupo político, a Rede Sustentabilidade, um documento com uma série de exigências para que apoie Aécio Neves no segundo turno das eleições. A carta defende antigas bandeiras da ex-ministra do Meio Ambiente, como o crescimento econômico aliado à sustentabilidade, e bate de frente com uma das principais propostas do tucano: a redução da maioridade penal para crimes hediondos. “Numa visão progressista de segurança, não há espaço para projetos como a redução da maioridade penal ou a precarização das condições de apenamento de menores”, diz o documento, que deve ser entregue ao tucano nesta sexta-feira, provavelmente no Rio de Janeiro.

Marina Silva pretendia anunciar nesta quinta o posicionamento no segundo turno, mas, diante da resistência de parte de seu grupo político, decidiu esperar um retorno sobre se Aécio vai aderir a pontos considerados caros por ela (leia abaixo). “Aguardo com tranquilidade e confiança a manifestação individual ou coletiva dos partidos sobre os compromissos que precisam ser assumidos pela candidatura identificada com o sentimento de mudança. Essa manifestação e a resposta que ela obtiver serão fundamentais para minha manifestação individual”, afirmou Marina por meio de carta enviada nesta manhã a representantes de partidos coligados ao PSB durante as eleições.

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Internamente, o sentimento é de que Aécio precisará fazer um aceno aos movimentos sociais e dar uma sinalização à esquerda. “Hoje meu voto é nulo. Se ele me convencer, tudo bem. Mas não vai ser fácil ganhar meu voto”, resume Pedro Ivo, coordenador da campanha de Marina e um dos braços-direitos da ex-senadora. “Ele não vai poder ser um candidato à direita e conservador”, continuou.

Embora seja crucial para definir o apoio a Aécio, o documento traz críticas ao partido do candidato. Logo no início do texto, o grupo de Marina aponta que o desejo de mudança “foi tragado para dentro da velha polarização PT x PSDB”, mas que ainda não há uma perspectiva de reinvenção da política. “Nessa encruzilhada, nenhum dos caminhos aponta para uma saída política de profundidade, capaz de reduzir as desigualdades sociais promovendo a plena cidadania”, aponta trecho da carta.

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