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Folha

Roberto Carlos veta a publicação de sua biografia, mas não impede que seu musical de Natal na Globo funcione como vitrine de sua vida e de suas idiossincrasias. A atração que será exibida hoje marca 40 anos da parceria entre cantor e emissora.

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Segundo o diretor, Jayme Monjardim, a ideia para este ano era reproduzir no programa o clima glamouroso da festa de premiação do Oscar.Em vez do tapete vermelho, entretanto, foi providenciado um “blue carpet” para o desfile da chegada de celebridades convidadas, já que o “rei” acredita que azul é sua cor de sorte.

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Monjardim não quis responder sobre as folclóricas manias do artista. Só disse que os dois têm muita afinidade é que é “ótimo” gravar com Roberto: “Ele é muito dedicado, tanto nos ensaios quanto na gravação”.

QUE AZAR

Folha apurou, no entanto, que houve contratempos. Para começar, o “rei” implicou com o nome do complexo cultural do Rio de Janeiro usado na gravação, que é chamado Cidade das Artes.

O motivo da implicância é a cacofonia que resulta da junção das palavras “das” e “artes”: soa como “dazartes”, com “azar” no meio. Roberto insistiu para que se referissem ao local como Cidade da Arte, no singular e sem “azar”, o que não ocorreu.

Outro pedido não atendido: o artista queria que um carro o levasse diretamente até o palco. Acontece que o teatro não fica no nível da rua, mas no segundo andar. Após algumas tentativas que incluíram o desmonte de todas as portas do espaço, a ideia real foi descartada.

Provavelmente, Roberto Carlos queria repetir o efeito de outros shows nos quais ele chegava ao palco dirigindo seu calhambeque, bi-bi.

O brinde para celebrar as bodas de rubi entre artista e emissora também esteve sob o controle da vontade de RC.

Ele fez questão de que todos os súditos presentes recebessem uma taça de champanhe. Os garçons se atrapalharam com a demanda, algumas bandejas foram ao chão. Mas a ordem real acabou sendo respeitada.

Sobrou também para o amigo de fé Erasmo Carlos, que quebrou o protocolo usando uma roupa preta para subir ao palco.

Roberto, que não gosta nem de marrom nem de preto e por isso já fez Xuxa trocar de roupa em um dos seus especiais, reclamou com o irmão camarada. Erasmo respondeu que era a única roupa que tinha, então ficou por isso mesmo. O Tremendão teria feito de propósito, segundo a reportagem apurou.

PENA E CACHIMBO

Em outros tempos, Roberto mostrou uma posição bem mais relaxada nesses especiais de Natal. Em vídeos disponíveis no YouTube e no site Memória Globo é possível, por exemplo, vê-lo fumando um cachimbo, objeto que se tornou indefectível nos programas da década de 1970.

Naqueles anos, era possível também ver o “rei” sem camisa antes de entrar em cena, e descansando em um quarto de hotel todo marrom.

Nos anos 1980, o cantor adotou atitude ecológica e discurso pela preservação da Amazônia. Em 1989, gravou com uma pena na cabeça.

Espanto maior ocorreu em 1996. RC aproveitou o especial para contar a história de um teste de paternidade e da descoberta de um quarto filho seu, Rafael. O moço foi apresentado pelo pai como cantor. Juntos no palco, cantaram “Estrada de Santos”.

O ponto de virada foi 1999, ano em que Roberto não fez o especial. Perdera a mulher, Maria Rita. A partir dali passou a se preservar mais.

No especial de 2002, disse em entrevista a Glória Maria que pretendia encontrar Maria Rita “em outra dimensão”.

Hoje, o cantor aparecerá recebendo nomes em evidência: Lulu Santos (por “The Voice”), Tatá Werneck (a Valdirene de “Amor à Vida”), Anitta (funkeira domesticada campeã de participações na Globo) e Tiago Abravanel (neto de Silvio Santos conhecido por viver Tim Maia no teatro, habituê do “Faustão”).

Sobem ao palco ainda os DJs Memê, Felipe Venâncio e Mau Mau e os integrantes do grupo Dexterz, responsáveis pelas versões de “Remixed”, álbum de RC que só falta chegar embrulhado para presente: como o especial, é um clássico do Natal brasileiro.

NA TV
“Roberto Carlos –
40 anos. Juntos”
Hoje (25), às 22h20, Globo

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