Racismo-e-preconceito-racial

 

Por Carol Patrocínio*

Preconceito é uma grande besteira. Julgar o outro por ser diferente de você não o faz uma pessoa melhor, apenas egocêntrica e cheia de medo de que a sua verdade não seja a verdade absoluta para o resto do mundo. Isso todo mundo já devia saber, mas pelo que vemos no dia a dia, muita gente ainda não entendeu.

A Universidade de Ontário, no Canadá, foca seus trabalhos acadêmicos no estudo dos mecanismos do preconceito, desde como ele surge até como se manifesta na sociedade. E no meio de um desses estudos foi descoberto algo que muita gente vai dizer que já sabia: quanto menor o QI da pessoa, mais preconceituosa ela é.

QI (quociente de inteligência) é usado para medir a capacidade intelectual das pessoas. São feitos testes – não, não tem nenhuma ligação com uma prova de conhecimentos gerais que você já fez na escola – e descobre-se a capacidade que cada um tem de aprofundar-se em conhecimento.

E o que os pesquisadores, liderados por Gordon Hodson, descobriram foi que quanto menor o QI de alguém, maiores as chances dessa pessoa se tornar preconceituosa, conservadora e racista. Isso aconteceria porque, na hora de escolher em que acreditar, essas pessoas buscariam o caminho mais simples e conservador, apostando em ideologias que pregam o preconceito.

Resistir às mudanças é algo que todos nós fazemos, uns em maior grau do que outros, mas quando essa resistência passa a prejudicar seu interação social é que se torna perigosa. Entender as diferenças entre as pessoas e respeitá-las pode parecer impossível para alguns e óbvias para outros.

O estudo mostra que as pessoas menos inteligentes seriam atraídas por ideologias conservadoras porque oferecem ‘estrutura e ordem’, dão conforto e simplificam o entendimento do mundo em que vivemos, que se torna mais complicado a cada dia.

Quando dizem que você deve “abrir a cabeça” é sobre isso que estão falando. Aceitar mudanças, deixar que o conhecimento faça sentido e notar que a ciência existe, também, para desmascarar dogmas universais.

A pesquisa, publicada na revista Psychological Science e disponível neste link, deixa claro que não está dizendo que todas as pessoas sem preconceitos são geniais, enquanto quem não aceita as novas organizações sociais é estúpido. Ela trabalha com a média entre grupos e, por isso fala de maiorias e recortes.

*Carol Patrocínio é editora da coluna Preliminares no Yahoo Mulher

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