ITAPETINGA: Depois de quatro anos de omissão e pouco caso com as finanças municipais, o prefeito de Itapetinga parece, enfim, ter acordado para as consequências que poderão advir do crescente endividamento da prefeitura. No seu primeiro mandato, a tônica foi “gastar sem dó” para não perder a eleição, o que foi cumprido à risca pelos seus seguidores, que não tiveram pena do erário e muitos deles ainda aproveitaram para fazer o famoso “pé-de-meia”, levando os cofres públicos à banca rota.

Assim, a perdulária administração municipal acumulou uma enorme dívida que pode ultrapassar a casa dos 30 milhões de reais, segundo informações de credores e pessoas ligadas à própria administração. Dentre os maiores credores estão a G5 e Sercom, prestadoras de mão-de-obra e serviços, que não recebem repasses da prefeitura há 4 meses, fazendo com que os mais de 500 servidores terceirizados também não recebam seus vencimentos. A dívida com a G1 e Sercom gira em torno de 5 milhões de reais e não há previsão de quando poderá ser quitada.

Além das dívidas oficiais, acumulam-se também as ‘dividas de campanha’, que vêm sendo roladas em mãos de conhecidos agiotas, que na sua impaciência e receio de um calote não guardam segredo e revelam os montantes da dívida para qualquer um, hoje estimada em mais de 5 milhões de reais.

Agora, que o sinal ficou vermelho, o despreocupado prefeito resolveu adotar algumas medidas para conter os gastos e avisou: “daqui prá frente vou cortar tudo, inclusive as comissões de 130% nos salários dos secretários e assessores. Quem recebeu, recebeu, mas agora quem ficar vai ter que receber os salários secos…”, desabafou o agora preocupado alcaide. Zé Carlos, segundo membros do seu governo, teria mandado também um recado para os futuros postulantes à prefeitura em 2016: “quem quiser ser candidato, que gaste do seu, pois não vou ser mais candidato a nada e não vou bancar campanha de ninguém”, desabafou com ‘razão’.

A medida de cortar gastos é realmente necessária, mas veio com quatro anos de atraso, depois que o esbanjamento de dinheiro público começou a trazer sérias consequências às finanças do município e a comprometer o próprio patrimônio pessoal do prefeito Zé Carlos. Quem tiver boa memória vai lembar que cantei essa pedra desde 2009, mas fui encarado como “inimigo nº 1” da administração municipal por membros da equipe do prefeito, que tinham ‘bons motivos’ para querer perpetuar a desenfreada gastança. Ah, se tinham…

Uma boa medida seria reduzir os seus próprios subsídios, no valor mensal de R$ 18 mil reais, e os vencimentos dos seus secretários, que subiram de 5 para 8 mil reais por mês. Mas aí o bicho pega…

Por Davi Ferraz 

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