A população de Itapetinga está extremamente assustada com o grande número de casos de Dengue que vêm ocorrendo nas últimas semanas. O temor da doença se agravou na cidade por causa de boatos dando conta de pessoas infectadas com Dengue Hemorrágica, o que já levou uma verdadeira legião às filas de atendimento em clínicas particulares e hospitais da cidade.  Em uma dessas clínicas, o próprio Diretor Médico contraiu a doença, aumentado o temor da doença por parte do corpo médico e enfermeiros da clínica.

No HCR, que atende a maioria dos casos, há relatos de pacientes que não puderam ser atendidos, por falta de medicamentos e plaquetas de sangue. Por conta disto, pacientes com febre de 40 graus estariam sendo devolvidas para suas residências, quando deveriam ficar internados no hospital, para receberem o tratamento adequado.

A situação é muito grave e o silêncio das autoridades de saúde é mais grave ainda, vez que a Secretaria Municipal de Saúde e a 19ª Dires não adotam as medidas cabíveis e ainda se mantém em silêncio total sobre os casos registrados no município, Ao contrário dos outros municípios, onde campanhas de esclarecimento são realizadas e os dados da incidência são divulgados A ordem em Itapetinga é ficar de boca calada, para “não desgastar a administração municipal”, adepta e cultuadora da famosa ‘caixa preta’.

Há ainda a possibilidade de que nenhum dado sobre a incidência da dengue no município esteja sendo catalogado, por mera negligência das autoridades sanitárias locais, que estariam encaminhando números manipulados para a Secretaria Estadual de Saúde e para o próprio Ministério da Saúde, como informou à nossa reportagem um servidor ligado à área de saúde, que não quis se identificar temendo represálias.

Casos gritantes de falta de fiscalização por parte da Secretaria de Saúde se estendem por toda a cidade, como acontece no bairro Otávio Camões, onde o maior foco do temível Aedes aegypti fica na própria Secretaria Municipal de Educação, cujo teto é de lage descoberta, com uma lâmina de água de aproximadamente 15 centímetros, repleta de larvas do mosquito.

Ao questionar a irregularidade, um morador da vizinhança da secretaria teve que ouvir de uma funcionária, de forma irônica e desrespeitosa, que no teto da Secretaria de Educação existe um “criatório de peixes que devoram as larvas dos mosquitos”. Decepcionado e sem ter a quem mais recorrer, o morador mudou-se para outra rua mais distante do prédio, com receio da doença.

A única maneira de evitar a dengue é combater a proliferação do mosquito. Para isso, é necessário acabar com os criadouros, através de campanhas bem elaboradas  junto à população e com rigorosa fiscalização por parte dos órgãos competentes. No caso de Itapetinga, pelo que se vê, dos “órgãos incompetentes”.

Por Davi Ferraz

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