Milton Marinho

Era a última luz que havia no fim do túnel (A justiça), do lado da sociedade, tomou posição firme para que o problema do Matadouro Municipal fosse resolvido (Via acordo, há seis meses com a presença do Ministério Público e Governo), de nada havia adiantado até aquele momento. O governo do PT, do prefeito Adroaldo escorregava que nem quiabo para dar mais um calote no município. Porém desta vez ele deu com os “burros n’água”. Pois o “freguês” em questão era nada mais, nada menos que o Ministério Público que em defesa de toda a nossa sociedade, decretou o fechamento do Matadouro Municipal na última sexta-feira do mês de novembro, dia 30.

 

Na última terça-feira aconteceu um protesto radical dos trabalhadores do ramo da Carne-de-Sol, e enfim, a luz do fim do túnel, que parecia que o prefeito Adroaldo iria conseguir apagar, não conseguiu. A justiça que o vigiava de perto foi rápida em aplicar a lei em favor da sociedade, intimando o governo a iniciar imediatamente as melhorias do Matadouro, permitindo assim, que os magarefes e comerciantes de carne retornassem a sua rotina de trabalho.

O prefeito astuto, que não contava com a diligente ação da lei, ciscou dum lado, ciscou de outro, (nenhuma referência à família dos galináceos), tentando fugir de mais uma responsabilidade com o povo, foi bater de frente com a lei, lei esta, que durante o seu “virtual” mandato, ele, sempre ignorou. A propósito, verão vocês, a seguir, retratos desse descaso, e a forma em que sempre defendeu o seu “particularíssimo principado autocrático”, a então sitiada cidade de Itororó, contrapondo ao Estado Democrático de Direito que vive o resto do país. O devoto de São Francisco de Assis, (que Deus me perdoe à heresia), Usando da verve maligna que fazia o nariz do boneco de Gepeto crescer e da retórica do “engana trouxas”, dos malabares e dos trejeitos da ginástica permitida pela última flor do Lácio, que tanto nos honrou Camões. Já, este, o governo petista que nunca fora governo nem nunca adotara o modo petista de governar (o original), este a quem fez de vítima muita gente em nossa cidade, tentando curar os males do povo deixados pelos antecessores, com a ampliação de suas doenças, e fez isto quando fez uso da “pomada do peixe elétrico”, para curar as erisipelas e as dores da sociedade, mas que de nada adiantou, ela, a sociedade continua mais enferma que antes da chegada do doutor e sua pomada milagrosa.

O acordo era para que fosse feita às reformas do Matadouro, porém, o não comparecimento do prefeito à reunião de terça-feira, dia 4, no fórum Durval Fraga, prova mais uma vez, o tratamento que este governo destinou ao povo de Itororó durante todo o mandato.

Um dia antes do protesto dos magarefes, o prefeito se reuniu com parte deles e, emitiu uma nota aos blogs Políticos do Sul Da Bahia e Itororó Já. No mínimo inadequada, na acepção “esperta” do termo. Desejando ele, transferir a culpa para o poder judiciário e o Ministério Público, quando diz para os trabalhadores que tentem sensibilizar os representantes da justiça.

TRECHO DA NOTA DO PREFEITO: “Orientou os abatedores que, assessorados pelo Departamento Jurídico da Prefeitura, procurassem sensibilizar o Magistrado sobre as os graves danos provocados por esta medida Judicial”.

Outra pérola de governo em defesa do indefensável: “Desde o início de ano de 2012, quando um vídeo mostrando as condições inadequadas do abate do gado foi postado no YouTube, o Ministério Público Estadual tenta fechar o Matadouro. A Prefeitura, na defesa da economia local, impediu que naquela ocasião isto ocorresse, assinando um Termo de Ajuste de Conduta com MP com validade até 16 de novembro de 2012, ganhando seis meses na defesa dos abatedores. Neste período fez alguns investimentos no local e abriu tratativas inicias com empresários do ramo para o aluguel do Frigorífico inacabado no caminho da Cabana da Ponte, onde seriam feitos ajustes para o funcionamento em condições de higiene e sanitárias permitidas pela legislação, isto ocorreria a partir de janeiro de 2013, permanecendo o gado a ser abatido em Itororó, através dos trabalhadores locais. Sobreveio agora, inesperadamente, esta Decisão Judicial para o fechamento, o que, claro, respeitamos, mas não nos impede de discordar e apelar a instâncias superiores, o que faremos ao Tribunal de Justiça da Bahia, alegando, notadamente, o espírito social da lei e a superioridade da Justiça sobre o Direito. “As leis não bastam, os lírios não nascem da lei” (Drummond)”. Com estes versos, válvula de escape dos que desejam no fundo e na superfície estar acima da lei, o prefeito viaja na maionese e nos delírios dos absolutismos conferidos aos déspotas em pleno século 21, ainda de plantão no planeta terra. Versos, que talvez o poeta de Itabira tenha escrito em circunstâncias que não esta. O que poderia valer para esta, mas não vale. Vale quanto pesa. Talvez valha o peso da lei, que às vezes não tem peso nem peso nem leveza, tem a sua insustentabilidade e tem o seu ser. (Vale as múltiplas interpretações dos versos e sua temporalidade). O tempo passa, e povo sofre com a falta dos lírios de carne do Matadouro Municipal, cujos floristas, sabendo da praga abatida sobre o cultivo. Podendo fazer, nada fizeram.  Até que, o prefeito eleito para salvar a pátria, libertá-la do direitismo agudo de 50 anos em 2008, se transformou no exterminador do futuro. Com este governo, a direita se cristalizou e se sedimentou em forma e conteúdo como nunca se viu em qualquer lugar do estado, usando a democracia como disfarce e o dinheiro do povo para comprar os panos da camuflagem.

O nosso prefeito finaliza sua defesa, na nota, empregando-a de modo cruel, e conferindo a nossa magistratura sua insensibilidade, reiterando ele, simplesmente que as leis que salvam os homens são oriundas da barbárie e não da sensibilidade humana.

Estaria o prefeito chamando o Magistrado de insensível? Ao contrário, prefeito, o magistrado é tão sensível que aplica a lei em favor de toda sociedade. Insensível é o seu governo, cristalizado em sua pessoa, que tem na caneta do poder executivo, a capacidade de escolher quem vive e quem morre em nossa cidade, principalmente quando não cumpre os acordos e as determinações da justiça conforme ocorreu, seis meses atrás naquela Audiência Pública na Câmara de Vereadores do Município. E se acaso, o governo do PT não considerar, mesmo que no apagar das luzes de um mandato “fajuto”, a questão dos magarefes como prioridade das prioridades, o governo do PT, faz a mais infeliz das opções para com a história, a economia e a vida de um povo: A opção de semear mais miséria e mais desgraça sobre uma cidade, marca que competiu a um governo tão invisível quanto o seu povo.

 

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