Vasão do Rio Catolé será diminuída pela metade, segundo secretário da Sedur

ITAPETINGA: A polêmica sobre os efeitos da construção da barragem do Rio Catolé sobre a comunidade itapetinguense está longe de acabar. Depois da entrevista do secretário da Sedur, Cícero Monteiro, ao invés de acalmar os ânimos, jogou mais lenha na fogueira, pois revela o tamanho do prejuízo que a barragem irá causar ao abastecimento de água em Itapetinga, com a diminuição da vasão do rio para menos da metade.

Confira a opinião do professor  Leonhard Krause, da Uesb, sobre a questão:

“O secretário estadual Cícero Monteiro está muito equivocado. Primeiro, tem que ser simplesmente mais que uma vazão “ecológica”, porque não vivem somente uma fauna e flora dentro e na margem do Rio Catolé, mas sim uma cidade de 70.000 habitantes que está usando a água do rio!

E segundo, para quem gosta de fatos: conforme o site do SAAE, a companhia de água de Itapetinga (http://www.saaeitapetinga.com.br/site/agua/), a demanda de água das motobombas de Itapetinga é de 270 litros/s. Se na saída da barragem seja liberada uma vazão “ecológica” de 310 l/s, quantos destes será que chegam ainda em Itapetinga? Como Itapetinga não pode ter problemas com uma vazão mínima dessa???
Este secretário tem tanta falta de vergonha que nem faz esforço de esconder as graves falhas do projeto. Nem apareceu ainda em Itapetinga para ver a situação aqui ou para falar com alguém. Dessa forma, também ninguém vai acreditar no que está falando.
Vitória de Conquista tem que diversificar as fontes de fornecimento de água dela. O Rio Catolé está no final da capacidade dele e já tem duas barragens (Agua Fria I e II). Agora é a vez de tirar água do Rio Pardo, que tem uma vazão bem maior que aquela do Catolé. Fica mais longe, sim, e vai ser sim mais caro de trazer esta água por adutores, mas um centro urbano que se permite o luxo de crescer meio descontrolado, longe de rios, num lugar onde nem chove o suficiente, também tem que pagar mais caro pela água.”