Na manhã deste sábado, minutos depois em que a comitiva do prefeito saía da sua residência com destino a Palmares, fui procurado em minha residência, que fica próxima à do nosso descansado alcaide, por um sujeito de sotaque português (talvez espanhol), dizendo-se vendedor de tapetes persas e maletas para advogados. O suposto vendedor foi atendido por minha esposa, pelo interfone, visto que em dias tão difíceis é arriscado se abrir a porta para desconhecidos. Como eu não estava em casa naquele momento, o insistente sujeito se retirou, mas prometeu voltar outra hora.

O mais intrigante, entretanto, é que o suposto ‘vendedor’ se apresentou dizendo que havia sido encaminhado à minha residência  “pelo Sr. José Moura”, meu ilustre vizinho, e um certo deputado que se encontrava ao seu lado, no momento em que  saíam em comitiva para Palmares. Se foi por gozação, não teve nenhuma graça, pois deixou minha esposa e meus filhos aterrorizados, com receio de se tratar de algum marginal se passando por vendedor, para assaltar a minha residência.

Imagino que no momento em que encaminhou os desconhecidos ‘vendedores’ à minha casa, o prefeito e o deputado não estivessem sóbrios, pois nenhuma autoridade, por mais despreparada que seja, de sã consciência,  jamais agiria com tamanha irresponsabilidade.

Quando os supostos ‘vendedores’ retornaram, na manhã deste domingo, sugeri pelo interfone que retornassem à casa do prefeito e oferecessem os tapetes persas à endinheirada primeira dama e as malas pretas ao irmão do prefeito e ao ilustre deputado, pois assim teriam melhor serventia.

Gozação política eu até admito, mas molecagem, jamais…

Por DAVI FERRAZ

 

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