O ministro Mário Negromonte, das Cidades, já arrumou suas gavetas e somente aguarda o retorno da presidente Dilma Rousseff do Haiti para entregar o cargo e retornar ao seu mandato na Câmara dos Deputados. Ele perde o ministério por já não ter o apoio do seu partido, o PP e, de resto, por outras questões que não foram determinantes. O curioso é que Dilma, que acertou a saída com o governador Jaques Wagner quando esteve na semana passada na Bahia – assim como aconteceu em relação a José Sérgio Gabrielli, também em conversa entre os dois quando a presidente passou alguns dias descansando em Inema – também perde.

Não só. Perde também o País, que poderá ver como ministro o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro. Para isso, ele terá que se livrar de um processo de improbidade administrativa, na Justiça Federal, resultante de um convênio duvidoso firmado quando era secretário da Agricultura na Paraíba. Bastaria “o ter que se livrar” para determinar para o líder um fator impeditivo. Ora, mas estamos no Brasil pandeiro. O império dos partidos detentores de feudos no governo Dilma, é que a faz menor do que sua vontade. O PP tem musculatura, assim se presume, para impor à presidente a sua vontade imperial contra a dela que queria no cargo, de volta, seu amigo Márcio Fortes. Enfim, por mais que se diga que a presidente pouca importância dá aos partidos, são eles que dão cartas nesta república torta.

Com a queda de José Sérgio Gabrielli da Petrobrás e com o iminente afastamento de Negromonte das Cidades, a Bahia ganha o quê? Nada. Perde dois cargos e fica a chupar dedo, diferente de outros tempos quando a vontade e a importância do estado no plano federativo funcionavam com vigor. Mas tudo muda, nada é estático. Há poucos dias o governador Jaques Wagner disse que mais importante do que seu relacionamento com os ministros era o seu entendimento com a presidente. Então, ministro não vale nada. Mas Pernambuco segura Fernando Bezerra Coelho pela ajuda – até indecente – que ele pratica ao utilizar o orçamento do seu ministério para beneficiar o vizinho acima. Toca o bonde…

Por Samuel Celestino – BN

 

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