Quando ganhamos a eleição com Adroaldo e o PT em Itororó, vivemos os primeiros dias de governo, dias de glória e de expectativa. Uma euforia e uma ansiedade só. Alguns imaginavam que talvez, ao acordar de um pesadelo que foi os governos antecessores, um pote de ouro o esperaria na manhã seguinte quando abrissem as suas portas. O pote de ouro não significava mais que um governo disposto a trabalhar pelo desenvolvimento do município dentro da lógica mais sensata e admirada pelo modo petista de governar, conforme determinava o tão badalado tratado de gestão pública do partido alcunhado de ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, referência de projeto que ia de Vitória da Conquista a Barcelona. Ledo engano para nós que confiamos cegamente no “socialista orgânico” oriundo do PCdoB, Adroaldo Almeida. Tão logo cedo ele mostrava suas unhas ou suas garras vorazes para a “Belle Époque” que protagoniza com seus coadjuvantes e figurantes em Itororó até os dias de hoje.

Ao tomar posse, se engalfinhou todo. (metódico que é, e previamente calculado pra dar no que deu) O prefeito Adroaldo, fez alianças com todo tipo de insetos a que está fadado, aqueles políticos descomprometidos com o verdadeiro projeto beneficiador da maioria da população. Descomprometido do próprio Cristo, a quem O nega quando O afirma nos seus espetáculos retóricos e, ao negar, estende ele a mão às elites e recolhe-a do povo pobre, nutrindo sua primazia pelos ricos e não faz a opção preferencial pelos pobres como é recomendável a um bom cristão. As alianças que Adroaldo fez para governar é aquela que tece loas e hosanas num classicismo hediondo aos homens de linhagem quando se referem às tradicionais famílias políticas que ele combatia quando candidato e que dominavam o município há mais de 50 anos.

Por falar em alianças ele, o prefeito anda com um saquinho delas, é só encontrar, (um) ou (uma) beldade derrotada (o) por nós, na eleição de 2008 que ele enfia uma argolinha no dedo da moça ou do moço. A única exigência é que a cidadã ou cidadão tenha no mínimo uma meia dúzia de votos na família. E aí aparecem aquelas, que têm tantos votos que daria pra ser candidato ao governo do estado. Nesse caso, pra engolir o verme e marinar a mazela, como bom zagueiro que ataca, não pode perder a viagem, a argolinha entra roendo o osso, torando o dedo, mas entra. O dote é pago com o dinheiro do povo e Tome-lhe aliança no dedo. Não faz discriminação de sexo, raça ou religião, basta que tenha sido adversário dele (nosso) na última eleição e, que o ajude em sua fábrica de incenso, a mesma que a cada dia amplia a legião de bajuladores, ao ponto de baterem nas caixas dos peitos e cantarem de galo a façanha e o orgulho quantitativo de que é o maior partido de Itororó, enquanto a população geme no torniquete e nos moinhos de carne-de-sol dessa cidade.

Hoje, os vereadores pertencentes a essas mesmas fontes direitistas, brigam pelo mesmo feudo municipal, numa espécie de arena onde são todos irmãos, mas não que tenham eles a mesma mãe e o mesmo pai, mas o pote de ouro do fim do arco-íris que os atrai. (eis a paráfrase do Ferreiro Angular) O poder. A perpetuação no poder, a tradição, a família e a propriedade do poder que só pode ser conferida àqueles que zelam por ele, e os que se agarram a ele como a tábua de salvação eterna, sem ter de passar pela penha do purgatório, esse despenhadeiro da repescagem das almas que purifica os porcos e os corpos universais dessa agencia social que define a vida dos homens. Aqui, onde, num desrespeito a figura do Deus Pai que em suas mãos não passa de um Grande cabo eleitoral a serviço de seus sacerdotes na terra, não agravando a todos. Assim o corpo de uma velha casta vai se compondo e se recompondo no universo daqueles que não seguem as ideias, seguem os homens, objetivando quem vai se assentar a destra do deus que manda nesse mercado, mantendo o olimpo cada vez mais justo com os ímpios e sem nenhuma piedade com os menos favorecidos, num jogo combinado entre eles, dentro do espírito de conservação da linhagem onde pobre não pode entrar. Numa confraria em que, famílias irão se juntar em matrimônio para que o rei possa mandar seu ceramista moldar um pote maior, da mais pura e nobre argila do reino, para que caiba mais ouro, extraído das jazidas inesgotáveis do soldo de uma massa operária e sofredora. O governo de Adroaldo padece do mal do envelhecimento precoce, ele que detinha a fórmula do elixir do rejuvenescimento político de Itororó. Amarga na pele, na carne e no osso o copo vazio de ar e de propostas. Tudo é caquético, nada propõe nada de novo a não ser a amplificação de tudo que é maligno. Como um papagaio, repete no governo tudo que condenávamos nos velhos a quem se uniu, agora com mais competência e clareza. Incapaz de propor uma nova sociedade através de qualquer sinal desenvolvimentista que gere mão de obra e amplie o mercado de trabalho, não sabe criar empregos que não seja pelas mesmas práticas dos anteriores (inchando a prefeitura), inventado cargos e mais cargos para bajuladores que a ele se misturaram numa composição nefasta, injusta e desigual com aqueles que o elegeu. Os vereadores de oposição maculam esse “novo” da mesma forma que nós maculávamos as outras velharias que hoje compõe a maior parte de seu governo. Vereadores o chamam de corrupto e mentiroso, incompetente, falso e o diabo a quatro… Adroaldo não serve para o oficio de ser prefeito, simplesmente porque não gosta do povo pobre. Essa é uma moléstia que pode ter sido adquirida por contaminação nos potes da água velha que hoje ele bebe, ou então porque foi contaminado pelo velho corpo do pote de barro e pó que sempre trouxera consigo e nós não percebemos. O governo de Adroaldo é sustentado exclusivamente por dois milagres salvadores: A propaganda, que ele gasta uma fortuna – dez vezes mais que o vale feira que doa para o hospital, e a generosidade da oposição que faz seu jogo. Por fim devo dizer que o pote de ouro existe de verdade para poucos que conhecem o segredo dos cofres públicos e, não dividem com aqueles que mais precisam. Eles, os políticos bandidos, herdarão o “Sexto” dos Infernos, pois o “Quinto” já está lotado.

Por MILTON MARINHO

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