Mino Carta, um dos maiores jornalistas brasileiro, descreve com propriedade do alto de seu mastro jornalístico o perfil de alguns bandidos sociais e os órgãos ou organizações a que pertencem. Aqui em Itororó o governo do PT, não começou o governo pelo começo, inverteu os papéis e começou-o pelo fim. Talvez não compreendendo o significado do termo “Governo diferente”, que era o que pretendíamos para tornar a sociedade Itororoense mais igual, o que não ocorreu. Nos primeiros meses iniciava o seu ocaso, nebuloso e hostil ocaso que depunha contra a maioria pobre, favorecendo a minoria que manda e chefia Itororó há mais de 50 anos.

As tropas de ocupação do governo do prefeito Adroaldo são as mesmas desde a fundação da cidade. As oportunidades se replicaram como coelhos ou sariguês nas repartições públicas, justamente, onde deveriam ser ocupadas por quem nunca tiveram oportunidades, no entanto as gerações sucedem, porém a matriz genética pertencente é da mesma árvore genealógica concebida por seus fundadores. O prefeito Adroaldo foi treinado para a mudança, para ser competente na matéria da edificação de uma cidade mais humana. O socialismo que preconizávamos fora substituído (logo após sua posse), por um governo elitista e preconceituoso que carrega na cacunda e na alma a maldição de um, Apartheid Universal. Quem tem boa aparência financeira nesse governo (lógica perversa do capitalismo), se dá bem. Quem é pobre não goza desse privilégio, não tem espaço, esse representa o elemento da velha massa de manobra que sempre fora comandado pela direita, hoje representada pelo PT e sua turma. Pobre aqui fica chupando o dedo, vendo a cidade se definhar como se ela tivesse uma doença terminal.

Todos estão com Adroaldo. Todos que defendem uma cidade melhor para todos que nunca deram a ela o direito de se defender. Eis algumas imaculadas ordens que sempre esfolaram e deram esmolas ao povo, pensando piamente estar praticando o bem da maneira mais cristã possível, melhorando o povo, mas, que só não podem lhe dar oportunidades.

Maçonaria, rádios, Associações, cooperativas, agiotas, lojistas, lobistas, ligas, bancos, igrejas, evidente que existe exceção nesse painel, rara exceção. Todos esses órgãos têm a maior parte de seu corpo enterrada no governo. O prefeito ainda se gaba, arrota vantagens dizendo, que todos os 32 templos evangélicos e católicos existentes no município estão em seu controle. Se isto for verdade, que não acredito, acredito que é por tudo isto, isto e outras “cositas”, principalmente por esta opção preferencial pelos ricos que o povo padece. Talvez desejosos de ser o que não podem, resida a fonte de todo padecimento. Vou evocar aqui o poeta Jorge Medauar com seu soneto da condição do ser universal:

POR SER O QUE NÃO SOU É QUE PADEÇO.

Por ser o que não sou é que padeço/Padeço um existir quase alternado
Entre tudo o que tenho e não mereço/ E o que mereço nunca me foi dado. /Assim, o que não digo, reconheço/ Ser o que mais por mim foi meditado./O que revelo é paga – apenas preço/Do que também a mim foi ocultado.

Se esse existir se parte entre dois gumes/Posso ver pela noite vaga-lumes /E dizer que são luzes nos caminhos.
Maldito o que me vê como não sou:/Podendo dar-lhe mel, apenas dou,
Ocultos, entre pétalas, espinhos.

Ouvi da boca do então aspirante a prefeito Adroaldo pela primeira vez, o título desse poema, e nós, incautos crentes, devotos de uma escola socialista, que em Itororó tinha que dar certo, até porque perseguíamos a utopia nessa matéria, e nela, ou dela, Deus ajudaria a obra nascer. Demos ao romântico o que ele nunca mereceu. Mas quem recebeu, foi o ditador da republiqueta Sul Americana, em que se tornou Itororó, Deus talvez entendesse assim, porém nós temos uma grande inclinação para Contrariá-lo. Purgamos agora os pecados concebidos pelo livre arbítrio concedido pelo Pai. Talvez o semideus que elegemos seja tão venal quanto a todos os deuses terrenos, talvez seja por isso que e a cidade se encontra em pleno avanço para um colapso sem precedentes em sua história. A cidade da maioria, como um todo, avança para trás, para o rabo e não para a cabeça. Enquanto isso, os poderosos vivem na opulência e na luz, desfilando em carreatas de dia e de noite, montados nas emas do dinheiro público. Estes são as elites históricas que se proliferaram no governo do PT de Adroaldo enquanto o povo padece na mais áspera fronteira.

Mesmo vivendo, sobrevivendo, ou capengando em seu ocaso, o ocaso nebuloso de um governo reprovado em todos os aspectos. Mesmo assim, corremos o risco de elegê-lo novamente, (Agora, o mercado está escancarado para a compra de votos) A justiça deve combatê-los sem piedade ou complacência, senão estaremos nós, fadados a darmos o passo fatal em direção a ser quem éramos antes da fundação do mundo. Ao breu, o que, talvez não fosse um mau negócio. Se isto ocorresse, Itororó seria a primeira cidade do planeta a ver nos seus céus a chegada de Jesus Cristo entre nuvens.

Milton Marinho

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