As vendas de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos caíram 61,8% em junho, na comparação com abril, mês em que o setor registrou recorde histórico de exportações. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), o país enviou 47.836 toneladas aos americanos em abril. No mês seguinte, esse número caiu para 27.413 toneladas, e em junho, recuou ainda mais, para 18.232 toneladas.

A tendência de retração deve continuar em julho. Até o dia 21, foram embarcadas apenas 9.745 toneladas de carne bovina para os EUA, de acordo com dados compilados pela Abiec junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

A queda nas exportações ocorre após a imposição de uma sobretaxa de 10% anunciada em maio pelo presidente Donald Trump, medida que elevou a alíquota total para 36,4% sobre as carnes brasileiras. Para agosto, a situação deve piorar: o governo americano anunciou uma nova tarifa de 50%, o que elevará o imposto total para 76,4%, somando os 26,4% já vigentes pelo acordo bilateral.

Apesar da queda recente, o Brasil exportou 156 mil toneladas de carne bovina in natura aos Estados Unidos no primeiro semestre de 2025, o maior volume da série histórica do Ministério da Agricultura, iniciada em 1997. Parte desse desempenho se deve ao fato de o país ter cota de 65 mil toneladas isentas de tarifas, quantidade que costuma ser esgotada nos primeiros meses do ano.

Com o novo cenário tarifário, analistas do setor preveem uma retração ainda maior nas vendas brasileiras para o mercado americano, o que pode impactar diretamente a balança comercial do agronegócio e a rentabilidade dos exportadores de proteína animal.

Compartilhe em suas redes sociais!