POSSÍVEL FEDERAÇÃO ENTRE REPUBLICANOS E MDB PODE IMPACTAR POLÍTICA BAIANA
A possível federação entre os partidos MDB e Republicanos promete provocar impactos significativos nas próximas eleições em todo o Brasil. A articulação está sendo liderada por dirigentes nacionais das duas siglas, em Brasília, e ganhou força após a formalização da federação entre União Brasil e PP — que resultou na criação da União Progressista, maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares, atrás apenas do PSD no Senado.
A eventual união entre MDB e Republicanos já gera reações em diversos estados, com destaque para a Bahia, onde os dois partidos atualmente ocupam lados opostos do cenário político. O MDB compõe a base do governo estadual, com a vice-governadoria e várias secretarias. Já o Republicanos, sob comando do deputado federal Bispo Marinho, integra a administração da prefeitura de Salvador, liderada por Bruno Reis (União Brasil), afilhado político do ex-prefeito ACM Neto — provável adversário do governador Jerônimo Rodrigues (PT) nas eleições de 2026.
Em entrevista recente, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, uma das principais lideranças do MDB baiano, afirmou estar se dirigindo a Brasília para tratar da federação. Segundo ele, o partido permanecerá na base do governo estadual e reivindica a manutenção da aliança com o posto de vice na chapa. O Republicanos, até o momento, não se manifestou oficialmente.
A proposta de federação também tem gerado controvérsias em outros estados, como Alagoas. Por lá, a aliança conta com o apoio do ministro Renan Filho (MDB) e da família Calheiros. No entanto, dentro do Republicanos, há descontentamento com essa aproximação, e algumas lideranças regionais já sinalizaram possível saída do partido caso a federação seja formalizada.
O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, já realizaram um primeiro encontro para alinhar os passos iniciais rumo à criação da federação. A próxima etapa será a consulta aos diretórios estaduais, com o objetivo de mapear possíveis focos de divergência. Após essa rodada de conversas, os líderes devem voltar a se reunir para decidir sobre a oficialização da federação.
Caso a união se concretize, o novo bloco partidário passará a ter acesso ampliado ao tempo de propaganda eleitoral gratuita e a uma parcela significativa do fundo partidário, o que pode elevar sua competitividade nas disputas municipais e estaduais previstas para 2026.