O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por “racismo praticado contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs”, nesta sexta-feira (13). A denúncia é referente às declarações dadas pelo parlamentar durante uma palestra que ministrou na Hebraica do Rio, em abril do ano passado.

Na ocasião, o deputado afirmou que quilombolas não serviriam nem para “procriar” e que a culpa pela não construção de três hidrelétricas em Roraima seria dos indígenas que moram na região. “Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí. […] Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles”.

Deputado ainda fez piada com o fato de ter tido uma filha mulher. “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, (na) quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”, disse na palestra.

De acordo com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a conduta de Bolsonaro beira o “inaceitável” e viola a Constituição.

“Jair Bolsonaro tratou com total menoscabo os integrantes de comunidades quilombolas. Referiu-se a eles como se fossem animais, ao utilizar a palavra “arroba”. Esta manifestação, inaceitável, alinha-se ao regime da escravidão, em que negros eram tratados como mera mercadoria, e à idéia de desigualdade entre seres humanos, o que é absolutamente refutado pela Constituição brasileira e por todos os Tratados e Convenções Internacionais de que o Brasil é signatário, que afirmam a igualdade entre seres humanos como direito humano universal e protegido”, diz.

O filho de Jair, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), também foi denunciado por Dodge, mas no caso dele, por supostas ameaças a uma jornalista.

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