Quem anda atento pelas ruas de Itapetinga é fácil notar a presença de carrões com placas vermelhas servindo como veículos de passeio, quando deveriam estar rodando como taxis, conforme manda a lei. Calcula-se que cerca de 230 veículos nesta condição foram emplacados no município, através de alvarás concedidos pelo poder público municipal, na gestão passada. De acordo com os verdadeiros taxista, cerca de 80 atuam efetivamente, enquanto que o restante é fruto de fraude.

Esses alvarás, segundo informações colhidas pelo Sudoeste Hoje, foram emitidos nos últimos 8 anos por gestores inescrupulosos em favor de pessoas que não queriam atuar como taxistas, mas, apenas, sonegar impostos na compra de veículos, quase sempre de luxo, aproveitando-se das isenções de IPI e ICMS concedidos aos verdadeiros taxistas.

Com as isenções concedidas aos taxistas, por lei, o preço de um automóvel pode diminuir em até 30%, a depender do modelo, facilidade que atrai aproveitadores e gestores corruptos que facilitam a mamata em troca de propina.

O derrame de alvarás de taxi em Itapetinga, instituído e fomentado por ex-gestores da Comutran, nos últimos anos, é uma chaga vergonhosa que precisa ser extirpada pelos atuais gestores, sob pena de tolerância e conivência com o mal feito.

Apenas para servir de parâmetro, em Vitória da Conquista, cuja população 5 vezes maior que a de Itapetinga, cerca de 170 alvarás de taxi estão ativos, sob rígida fiscalização.

Em Itabuna e Eunápolis, o Ministério Público Federal mandou os prefeitos cassarem os falsos alvarás e enquadrar os possuidores desses veículos como sonegadores, o que também poderá ocorrer em Itapetinga, caso haja alguma denúncia junto ao MPF ou à PF.

A hora é de agir, não dá mais para esperar.

Por Davi Ferraz 

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