A iniciativa da Secretaria de Educação de implantar o ensino em tempo integral em algumas escolas da rede estadual é louvável, mas o resultado prático, na maioria das escolas, foi um verdadeiro desastre, levando ao esvaziamento de algumas delas, por falta de planejamento e até pelo desinteresse dos próprios estudantes.

Em Itapetinga, maior cidade do Médio Sudoeste baiano, escolas tradicionais como o Colégio Estadual Alfredo Dutra e o Ginásio Agro Industrial estão com as salas e pátios vazios, por falta de alunos interessados em permanecer nas escolas durante os turnos matutino e vespertino.

Além do desinteresse dos estudantes, o fator família também é determinante, uma vez que os próprios pais não interferem no processo, encaminhando seus filhos para as escolas que atuam em tempo integral, permitindo que as crianças permaneçam com um turno ‘livre’, para exercerem atividades improdutivas, alheias ao processo educacional.

Outro fator que tem contribuído para a fuga das escolas de ensino integral é a falta de uma alimentação adequada em algumas delas, o que obriga os estudantes a saírem das escolas no horário do almoço, para retornarem à tarde, o que nem sempre ocorre, esvaziando o turno vespertino.

Apesar das dificuldades na implantação do programa e da acentuada diminuição no número de alunos, o Colégio Estadual Alfredo Dutra vem se destacando como modelo do programa em Itapetinga, sinalizando que a educação em tempo integral pode vir a dar certo no futuro, caso o governo invista na conscientização de pais e alunos.

A ideia do ensino em tempo integral é excelente, mas é necessário mais planejamento e atenção por parte do Estado, principalmente no que diz respeito ao envolvimento das famílias nesse processo.

Por Davi Ferraz

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