No processo de produção da notícia, a apuração é fundamental. Para que um órgão de imprensa não cometa erros e publique uma notícia com imparcialidade, deve olhar todos os ângulos da informação que detém.

O Jornal Nacional levou ao conhecimento dos brasileiros a delação de Joesley Batista, um dos donos do JBS. Os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, durante vários minutos, desfilaram um rosário de ilícitos cometidos pela empresa ao longo dos últimos anos. Ficamos sabendo que o JBS pagava 4% do valor de cada contrato firmado com o BNDES; os ex-presidentes Lula e Dilma possuíam 150 milhões de dólares no exterior; pagou-se 35 milhões a cinco atuais e ex-senadores do PMDB para garantir o apoio do partido à reeleição de Dilma; foi solicitado 150 milhões para comprar votos contra o impeachment e que foi liberado 15 milhões para comprar 5 deputados ao valor de 3 milhões cada; o senador Aécio Neves vivia pedindo dinheiro e por último solicitou 2 milhões; que o Presidente Temer sabia de tudo e que teria concordado e incentivado manter um “mensalinho” para que o Dep. Eduardo Cunha mantivesse o “bico” calado. Outros escândalos foram delatados. Mas, o “bolo da cereja” foi uma gravação da conversa entre o empresário delator Joesley e o Presidente Temer.

Duas hipóteses: 1- Joesley decidiu por conta própria, gravar a conversa com o Presidente, e posteriormente procurou o Ministério Público e a Polícia Federal, para entregar o material. 2 – Joesley procurou o Presidente Temer para gravá-lo, mas anteriormente, já havia combinado tudo com o MP e a PF.

Se a opção for 1, é inacreditável que MP e PF, aceitem uma gravação sem mandar periciar sua autenticidade. Se a opção for 2, só poderia ser feita tal gravação com autorização do Supremo.

A imprensa ajuda a combater a corrupção ao noticiar escândalos envolvendo políticos, empresários e autoridades, e cada veículo de comunicação é livre para adotar a linha editorial que quiser. Na quinta-feira, assistindo ao noticioso da Globo com minha família e estarrecido com as revelações ali mencionadas, perguntei: quem mandou gravar?

Com a palavra Hercule Poirot: no crime sempre tem alguém que leva vantagem, é só enxergar onde está a vantagem.

PS: como leitor da obra de Agatha Christie desenvolvi o habito de ler os romances envolvendo o detetive Poirot com a perspectiva acima mencionada.

Por José Elias Ribeiro

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