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A inesperada greve da Polícia Militar que surpreendeu a população gerou em Salvador, uma cidade tida como das mais violentas do mundo, uma situação convulsa e preocupante, além de disseminar o medo. Sem policiamento, com as eleições se aproximando, o governo Wagner foi atingido por uma flecha envenenada.

A gestão atravessa dificuldades financeiras. Isso não significa nenhuma novidade. Mas é fato que, para a população de maneira geral, a greve da PM surpreendeu os moradores da cidade, e, ainda, há ameaças que rondam o Sindicato dos Professores, que reivindica melhores condições. Há um pânico disseminado, com boatos em sequência sobre quebra-quebra e saques em lojas. A maioria não se confirma.

O governo não esperou, como nas greves anteriores, notadamente da PM, para solicitar a Força Nacional, o que não resolverá a questão porque temos uma cidade com quase três milhões de habitantes, que cresceu sem planejamento o que dificulta qualquer ação.

Salvador parece antecipar a Semana Santa, que, por ora, nada tem de santa e, sim, do medo que se espraia pelos bairros com as escolas fechadas por prevenção. Ademais, o governador montou uma chapa eleitoral para a disputa de outubro e nada surpreenderá se seus candidatos forem atingidos pelas consequências do movimento grevista, dificultando-o na esperança de fazer seu sucessor.

Trata-se, evidentemente, de uma suposição, mas nada fora de uma preocupação que também está presente no governo. Se a greve tiver um fim rápido, menos mal. Mas o governo terá que honrar o que for negociado sob pena de um novo movimento paredista explodir nas proximidades da Copa do Mundo, o que seria um desastre.

A situação do governo baiano é mesmo difícil. As negociações acontecem há nada menos de nove meses. A situação é tão grave que na primeira assembleia dos policiais militares já não havia o que discutir, senão anunciar a greve geral que, mais uma vez, gera convulsão na cidade de Salvador.  Samuel Celestino – BN

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